21 de março de 2010

Eutanásia

Eutanásia, do grego “Boa Morte”, é o nome dado ao método utilizado para “abreviar” a vida a um doente incurável ou em fase terminal. No entanto, independentemente de ser legal ou ilegal, a aplicação desta prática levanta problemas relacionados com bioética e “bio direitos”, existindo um grande número, tanto de prós como de contras.
Deixo como sugestão para início de debate o seguinte texto retirado do jornal DN, apesar o texto datar do ano 2005, considero que continua actual.

“Ramona Maneiro, amiga de Ramón Sampedro, o tetraplégico galego que passou 30 anos da sua vida numa cama devido a um acidente, confessou publicamente como ajudou o amigo a morrer. As declarações de Maneiro, sete anos depois da morte de Sampedro, relançam agora em Espanha a polémica sobre a eutanásia.
Em entrevista a um programa de televisão, a mulher de 44 anos assumiu ter sido ela quem administrou a Sampedro uma solução de água com cianeto, provocando a sua morte. «Esmaguei uma aspirina e coloquei o pó num dos pratos da balança, no outro pus igual quantidade de cianeto, deitei a quantidade de água que ele me pediu num copo e coloquei uma palhinha», explicou. Antes que o amigo bebesse o preparado, Ramona, que afirma ter actuado «por amor», ligou a câmara de vídeo para que as últimas palavras do tetraplégico, assumindo o acto de livre vontade, ficassem registadas.
Apesar de ter confessado os factos, Maneiro não poderá ser acusada da morte de Sampedro, já que o delito de cooperação de suicídio prescreveu a 12 de Novembro de 2004.
A família de Ramón recebeu a notícia sem surpresa, mas com indignação, admitindo que «toda a gente sabia que ela era a assassina. Se só agora disse a verdade, foi por fama ou dinheiro», referiu Manuela Sonles, a cunhada que cuidou de Ramón durante 30 anos. Os familiares mantêm a sua posição a favor da eutanásia, mas condenam o facto de ter sido praticada através de veneno.
O testemunho de Ramona Maneiro foi acolhido de forma diferente no seio de várias associações. Para Salvador Paniker, presidente da associação direito a morrer dignamente, as declarações de Maneiro vão contribuir para «desdramatizar a eutanásia». Por outro lado, a Associação Pró-Vida e a Igreja Católica dizem-se escandalizadas com o testemunho e pedem a reabertura do processo.
A história deste marinheiro galego serviu de inspiração para o último filme de Alejandro Amenábar, Mar Adentro.”
In DN, por Márcia augusto14 Janeiro 2005

…el derecho de nacer parte de una verdad: el deseo de placer. El derecho de morir parte de otra verdad: el deseo de no sufrir. La razón ética pone el bien o el mal en cada uno de los actos. Un hijo concebido contra la voluntad de la mujer es un crimen. Una muerte contra la voluntad de la persona también. Pero un hijo deseado y concebido por amor es, obviamente, un bien. Una muerte deseada para liberarse de un dolor irremediable, también. Ninguna libertad puede estar construida sobre una tiranía. Ninguna justicia, sobre injusticia o dolor. Ningún bien positivo, sobre un sufrimiento injusto…
Ramón Sampedro